terça-feira, 25 de outubro de 2011

Geração Tio patinhas - A Troca de Revistas

No tempo em que se trocavam revistas Disney, também se trocavam sonhos.
E relembravam-se provérbios antigos, como este:
"A galinha da vizinha é sempre melhor do que a minha".

Isto porque não se trocavam só cinco ou seis revistas.
Trocavam-se colecções inteiras.
E a dos outros, parecia sempre melhor do que a nossa.

Não que a minha envergonhasse alguém.
De facto, era tão jeitosinha que o Rui Pedro não a devolveu, o que motivou, meses mais tarde, a grande intifada à vivenda do usurpador de espólio alheio.
Mas isso fica para outra história.

Lembro-me de ter trocado 40 ou 50 livros, com o Quim Paulo, com o "Carocha", com o Nelson, ou com o falecido Sertório.

De resto, a colecção sertoriana, uma mescla Disney e Marvel, viajou comigo para o norte do país, garantindo deliciosas horas de leitura na aldeia dos tios do meu pai.

Outras colecções famosas, a dos meus tios mais novos, já foram aqui abordadas na rubrica "Flash Revival", mas diga-se à laia de conclusão que, o que interessava mesmo, era ter muitas revistas e ler ainda mais, trocando colecções inteiras com amigos, com amigos dos amigos, ou até com estranhos que moravam sabe-se lá onde.

As revistas eram carregadas para casa, em pesados sacos de plástico, despejadas na minha cama e organizadas pelo "método guloso", descrito no post "Geração Tio Patinhas - Os Banquetes de Quadradinhos", ou seja, revistas fininhas em cima e grossas como os "Disney Especiais", para o fim.

Quando tive o imenso prazer de reencontrar a minha Teresa, tive a grata surpresa de constatar que também ela tinha guardado as suas revistas de Walt Disney.

E digo-vos, caros amigos, poder trocar revistas do Donald e do Tio Patinhas com a namorada é um dos maiores prazeres que um apreciador de banda desenhada pode ter na vida.
Seja na adolescência, ou já chegado aos "enta".

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