quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

FLASHES REVIVAL - A Televisão na Sala da Avó


Lembro-me que naquele tempo havia uma televisão a cores na sala da casa da minha avó.

Entre 1981 e 1983 frequentei o 5º e o 6º ano de escolaridade no Ciclo Preparatório do Pinhal Novo, naqueles que considero os melhores anos de sempre na longa maratona de estudos.


Segundo me recordo, o horário no ciclo era mais preenchido na parte da manhã (uma constante nos anos seguintes) a que se seguia o almoço na casa da minha avó Catarina.


Um tempo de pausa no estudo que reconfortava espírito e estômago, em especial quando do menu constava um bom bife com puré de batata, então sempre caseiro, e com um apurado gosto a noz moscada, nham, nham.


E quando tinha mais tempo livre via televisão.


Confesso que não restam muitas imagens televisivas do início dos anos 80 na memória, mas lembro-me de seguir uma novela brasileira que a RTP transmitia à hora de almoço, "Baila Comigo", uma das primeiras obras escritas por Manoel Carlos (o mesmo de "Viver a Vida" em exibição na SIC) e também uma das primeiras a recorrer ao exasperante tema do gémeo bom e do gémeo mau (na altura Tony Ramos como "João Victor" e "Quinzinho").

Há também o mítico Brasil x Itália no Campeonato do Mundo de 1982, que merecerá um post mais tarde.

E claro, uma das primeiras transmissões globais da história da televisão, o casamento de Carlos e Diana em 1981.


O príncipe das orelhas grandes e a lourinha Diana Spencer casaram a 29 de Julho de 1981, uma quarta-feira, e eu fui umas das 800 milhões de pessoas que espreitou pela televisão.


Com todo o poder crítico dos meus 10 anos, perguntava-me porque razão um casamento de dois príncipes ingleses provocava tanto interesse à escala global, mas lá assistia às milhares de vénias junto à Catedral de S. Paulo, onde os noivos chegaram num coche.


Mantenho as críticas à exaltação da plebe à escala global, mas tenho que admitir que aquele foi o casamento do Século XX e que nunca mais se viu nada assim.

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